"É o momento". Alice Marques já liderou França e agora quer viver a "sensação de representar Portugal"

Foi aconchegada entre família, aos 11 anos de idade, que Alice Marques viu Éder fletir da esquerda para o meio, desfazer-se de Laurent Koscielny e aproveitar o espaço para desferir um forte pontapé que só parou no fundo das redes de Hugo Lloris. Alice nasceu e cresceu em França, mas viu a final do Euro 2016 com uma camisola vermelha, por Portugal. E agora, sonha vestir a camisola oficial.
"Portugal faz parte da minha vida", confessa a defesa-central luso-francesa, de 20 anos, para quem "seria incrível" representar Portugal.
Produto das escolas do Lyon, o clube de maior sucesso da história do futebol feminino, Alice Marques estreou-se pela equipa principal em 2023/24 — foi capitã e marcou um golo —, antes de ser emprestada ao Valência na época seguinte. Ainda "teenager", fez 27 jogos e, esta temporada, partiu, em definitivo, para o Sevilha, atual nono classificado da Liga espanhola e equipa pela qual tem sido titular.
Pelo meio, fez carreira nas seleções jovens de França. Mundial sub-17, em que as "bleues" desiludiram, e Europeus sub-17 e sub-19 (meias-finais, em 2022 e 2023, respetivamente), habitualmente com a braçadeira de capitã no braço. Agora, contudo, quer saber o que é vestir a camisola das quinas.
Em entrevista a Bola Branca, Alice Marques fala da ainda curta carreira, dos sonhos para o futuro e da expectativa de representar Portugal. A próxima convocatória de Francisco Neto, para o duplo confronto com os Estados Unidos, a 23 e 26 de outubro, na Pensilvânia e no Connecticut, ainda não tem data.
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Como está a correr esta época? Tens sido titular. Quais são as sensações até agora?Boas. Acho que são sensações positivas, mesmo que os nossos primeiros resultados não tenham sido o que esperávamos. Mas também faz parte e isto só começou agora. Sabemos que a época é grande. Temos um bom grupo e sinto-me muito bem dentro desse grupo. Isso é super importante e faz com que, mesmo que os resultados não sejam positivos, as sensações são positivas e sei que vamos mudar a dinâmica.
Foste formada no Lyon, o clube com o maior sucesso da história do futebol feminino, com 16 títulos de campeão francês, oito Liga dos Campeões... Sentes que o facto de teres sido formada nesse ambiente te trouxe aprendizagens diferentes, te trouxe um "plus"?Sim, isso é certo. Ter essa sorte de poder ser formada neste clube e também de ter podido treinar com as melhores e mesmo viver experiências como a Champions, claro que é um "plus". É outro nível de exigência e isso é super importante. Afinal, o Lyon não é um clube assim tão grande por sorte. Para mim o que fica mais é essa exigência. E claro, tive a sorte de treinar com jogadoras com muita qualidade e, futebolisticamente, aprendi muito.
Como é que surgiu a oportunidade de ires para o Sevilha?Depois da minha experiência com o Valência, queria continuar a ter minutos e, sobretudo, também queria ficar no campeonato espanhol. Daí surgiu a oportunidade de ir para o Sevilha e acho que para mim era a melhor oportunidade.
RR.pt